O mercado imobiliário encontra-se bastante activo nos tempos que correm. A venda de imóveis disparou quando comparado com o mesmo período dos últimos anos. A principal razão apontada é o investimento estrangeiro que tem assumido uma, cada vez maior importância, no panorama nacional. No entanto, não só deste se fazem as transacções de imóveis. Nos últimos anos a banca tem vindo a descer os spreads para os novos contratos de crédito à habitação. Assim, muitos portugueses começaram novamente a adquirir imóveis, depois de um período de crise económica em que a venda de imóveis desceu muito. Neste artigo propomos um olhar sobre a melhor forma de negociar o crédito à habitação para quem deseja adquirir um imóvel.
Depois de um período em que o crédito foi dificultado por parte dos bancos, assistimos actualmente a um período em que este está bastante mais acessível. Vários bancos encontram-se mesmo a promover esse tipo de produtos. O primeiro conselho que podemos dar é que estude as várias opções existentes nos bancos. Visite pessoalmente cada instituição e verifique qual a sua oferta e quais as condições do credito à habitação que comercializam. Não restrinja a sua pesquisa apenas aos simuladores que alguns bancos disponibilizam na Internet. Cada caso é um caso e se explicar a sua necessidade pessoalmente a um gestor de conta, será mais provável que o banco lhe apresente uma solução mais de acordo com as suas necessidades. Por outro lado procure informações junto de bancos que abriram mais recentemente. Por exemplo, o Bankinter e o Banco CTT são dois bancos constituídos recentemente e consequentemente podem ter melhores ofertas para captar clientes. Assim, não deixe de incluir estes bancos na sua pesquisa, ainda que possam ser bancos com menos história.
Para o calculo final do spread oferecido pelo banco, existem uma série de factores que pretendem reflectir o risco que o crédito representa para o banco. Um dos factores que mais contribui para esse calculo é o valor da entrada. Quanto maior for o valor da entrada dada pelo cliente, menor é o risco para o banco, pelo que, menor é o spread oferecido. Até há pouco tempo os bancos exigiam uma entrada significativa para conceder o crédito. Mais recentemente essa entrada mínima obrigatória tem vindo a diminuir, encontrando-se mesmo neste momento, a haver bancos que não exigem nenhuma entrada. Neste caso a instituição financia a compra do imóvel a 100%. De qualquer forma, apesar disso, é sempre do interesse do comprador dar uma entrada o maior possível. Esta pode ajudar muito a negociar o crédito à habitação e assim diminuir o spread e consequentemente a mensalidade a pagar ao banco. Uma boa entrada seria um valor em torno dos 20/30% do valor total de aquisição do imóvel. Com este valor poderá usufruir de um spread o mais baixo possível.
Outro factor que frequentemente ajuda a negociar o crédito à habitação e leva a uma descida do spread oferecido pelo banco, é a subscrição de outros produtos do banco. Nestes produtos incluem-se por exemplo seguros, contas poupança ou outros investimentos junto da instituição financeira. Desta forma o banco considera estes produtos como garantias adicionais para o seu crédito à habitação. Tudo o que sejam garantias adicionais para o banco, costumam traduzir-se numa redução da percepção de risco por parte do banco, e consequentemente uma diminuição do spread oferecido. Costuma também ser vantajosa a domiciliação do ordenado na instituição bancária em questão, bem como, a subscrição do seguro de vida (obrigatório em todos os créditos à habitação) junto do mesmo.
Por fim, não tenha problemas em colocar os bancos a lutar por si. Ou seja, faça saber uns aos outros os spreads e condições que os outros bancos ofereceram, para que estes saibam que se, querem agarra-lo, terão de oferecer melhor. Desta forma irá pressiona-los a apresentar-lhe as melhores soluções uma vez que, sabem de antemão, que já tem outras propostas melhores. Esta estratégia pode mesmo ser decisiva para certo tipo de bancos, que estejam dispostos a agarra-lo como cliente, a todo o custo.
Muitos portugueses estão novamente a adquirir imóveis com recurso ao crédito à habitação. Passámos de um período com spreads bastante altos para uma fase em que o acesso ao crédito está mais barato. No entanto, deverá procurar sempre as melhores condições possíveis e negociar o crédito à habitação junto da instituição financeira, uma vez que é um compromisso a longo prazo que irá ter impacto directo as suas finanças pessoais.