Actualmente vivemos num período que as taxas de juro oferecidas pelos tradicionais instrumentos de poupança, são baixas. Nesse sentido os novos certificados de aforro surgem como uma alternativa por oferecer taxas de juro superiores aos tradicionais depósitos a prazo. No entanto, esta rentabilidade não é fixa, ou seja o seu valor é flutuante ao longo do período do investimento. Nomeadamente este irá depender directamente do valor da EURIBOR a 3 meses mas veremos neste artigo todos os detalhes deste investimento.
Estes certificados introduzem uma novidade em relação aos instrumentos de poupança mais populares como os depósitos a prazo. Essa novidade é o facto da sua rentabilidade não ser fixa mas sim estar associada à variação da EURIBOR. Neste caso a taxa EURIBOR considerada é a taxa a 3 meses. Além desta taxa, a rentabilidade desta série de certificados de aforro, é adicionada de uma taxa base de 1% e de um prémio de permanência de 0.5% do primeiro ao sexto ano, e 1% do sexto ao décimo ano.
Esta forma de rentabilidade tem originado várias dúvidas mas, no entanto, é mais simples do que parece. Na prática o que significa é que a rentabilidade anual dos primeiros 5 anos será dada por: Taxa EURIBOR a 3 meses + 1% + 0.5%, ou seja, um total de Taxa EURIBOR a 3 meses + 1.5%. Isto significa que, caso a taxa EURIBOR não seja negativa, existirá sempre uma rentabilidade mínima de 1.5% durante os primeiros 5 anos do investimento.
Com respeito aos restantes 5 anos de investimento, já que este é um produto a 10 anos, à taxa EURIBOR a 3 meses é adicionado 1% + 1% de prémio de permanência. Assim, neste período, a rentabilidade anual mínima será de 2%.
Em conclusão e contas feitas, ambas as rentabilidades oferecidas (durante os primeiros 5 anos e durante o período restante) são superiores ao rendimento actualmente oferecido pelos melhores depósitos a prazo, pelo que, este produto pode constituir uma alternativa e investimento viável.
Um ponto importante a ressalvar é que os certificados de aforro não são comparáveis a depósitos a prazo, em termos de risco. No caso dos depósitos a prazo, caso o banco em questão abra falência, o depositante pode incorrer em perdas no seu capital. No entanto, após a crise financeira de 2008 foi criado o mecanismo de protecção dos depositantes, que protege todos os depositantes em bancos portugueses até um valor de 100 000€ por depositante/conta. Isto significa que, caso um banco enfrente dificuldades financeiras e tenha de abrir falência, existe um mecanismo para devolver aos depositantes os valores investidos em depósitos à ordem e a prazo.
Por outro lado os investidores que subscrevam certificados de aforro ficam sujeitos a um risco diferente. Ao constituírem instrumentos de dívida publica, significa que existe o risco de falência do Estado Português. Apenas neste cenário o investidor pode perder parte ou a totalidade do seu capital.
Em síntese os riscos envolvidos num deposito a prazo ou certificados de aforro são de diferente natureza, no entanto, podem ambos considerar-se baixos. Isto porque apenas num cenário altamente improvável é que o investidor poderia perder o seu capital.
A subscrição de certificados de aforro possui elevada liquidez. Isto significa que, caso necessite do seu capital para alguma emergência, poderá levanta-lo a qualquer momento. Os juros são pagos trimestralmente pelo que apenas perde o rendimento dos últimos 3 meses, na pior das hipóteses. Em comparação com os depósitos a prazo, estes também costumam ter elevada liquidez. A diferença aqui é que os levantamentos antecipados são menos penalizados nos certificados de aforro, uma vez que apenas comprometem a rentabilidade dos últimos 3 meses, na pior das situações. Um depósito a prazo a maior parte das vezes paga o seu juro anualmente, pelo que, pode perder perto da rentabilidade de um ano inteiro, caso necessite de levantar o seu capital antecipadamente.
O investimento em certificados de aforro pode constituir uma excelente forma de diversificar os seus investimentos. Num cenário de baixas taxas de juro oferecidas pelos depósitos a prazo, esta pode ser uma forma de aumentar o rendimento médio das suas poupanças. A rentabilidade destes certificados de aforro depende directamente da taxa EURIBOR a 3 meses, adicionado de uma taxa base de 1% e de um prémio de permanência que é de 0.5% nos primeiros 5 anos e 1% nos anos seguintes.
Tal como em todos os investimentos é recomendável que diversifique as suas poupanças e nunca as coloque todas no mesmo produto, independentemente de parecer um excelente investimento sem nenhum risco associado. Se há coisa que se aprendeu com a última crise financeira é que tudo pode acontecer e que não existem instituições bancarias “demasiado grandes para falir”.