O que esperar do 2º semestre da Bolsa Portuguesa

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O primeiro semestre de 2018 está prestes a terminar e é altura de fazer um balanço por parte dos investidores na bolsa portuguesa. Neste artigo propomos um olhar sobre a evolução do principal índice accionista português (PSI-20) bem como das expectativas para o segundo semestre.

Evolução da cotação no 1º semestre

O primeiro semestre de 2018 iniciou-se com uma queda acentuada no índice de referência da bolsa Portuguesa. O final do mês de Janeiro e início do mês de Fevereiro registou uma queda significativa neste índice. Esta queda não foi, no entanto, devido a nenhum motivo exclusivamente da economia portuguesa. Na verdade, esta foi uma consequência de uma queda generalizada que se registou nos índices europeus e americanos. Assim, a bolsa portuguesa acabou por ver-se arrastada. Esta queda deveu-se ao receio em torno da inflação americana, bem como, da “guerra comercial” que o presidente americano parece estar a fomentar. Em relação à bolsa portuguesa, como as empresas que a compõem estão bastante dependentes do mercado externo, estas viram-se afectadas por estes receios dos investidores internacionais e assim acabaram por, na sua maioria, registar também quedas avultadas. Após a queda foram atravessados alguns meses de que não houve variações significativas na cotação mas em meados de Maio iniciou-se uma recuperação. O valor da queda referida acabaria por ser recuperado e encontramo-nos actualmente num nível semelhante ao que estávamos no inicio do semestre.

Desafios para o 2º semestre

O 2º semestre de 2018 traz alguns desafios principalmente a nível internacional. Em Portugal a situação económica e política parece estar relativamente estável não sendo esperado nenhum abalo significativo na bolsa devido a circunstâncias internas. Por outro lado, a nível internacional, não se pode dizer o mesmo. Do ponto de vista político, as relações com a Coreia do Norte e Rússia têm vindo a trazer alguma instabilidade no cenário internacional. Apesar de não ter sucedido nenhum acontecimento grave com consequenciais imediatas, a verdade é que este clima de instabilidade não é bom para as bolsas mundiais. O principal factor responsável por quedas no mercado accionista é a incerteza e receio dos investidores. Se estes não estão confiantes, os índices bolsistas de referência não conseguem a estabilidade necessária para fazer subidas sustentadas. Por outro lado, ainda em relação a circunstâncias externas a Portugal, do ponto de vista económico e financeiro, têm vindo a ser tomadas algumas medidas que alimentam a ideia de estarmos perante uma guerra comercial internacional. Esta situação, regra geral, é bastante mal vista pelos mercados que vêm nela uma grande instabilidade. Hoje em dia a maior parte das grandes empresas desenvolvem a sua actividade em vários países. Assim, se começam a ser implementadas políticas restritivas a sua actividade vai diminuir e o volume de negócios irá decrescer.

Perspectivas para evolução da cotação

Devido aos desafios internacionais referidos anteriormente é esperado que a cotação do principal índice accionista português seja bastante instável no 2º semestre deste ano. Os receios dos investidores deverão continuar a manifestar-se na cotação fazendo com que possa haver um aumento da volatilidade da mesma. Neste momento é uma tarefa difícil fazer previsões acerca da direcção da movimentação da cotação devido aos desafios que existem que tanto podem fazer a cotação pender para baixo ou cima. Nestas situações é recomendável manter alguma precaução no valor que se tem alocado a estes investimentos. Convém não assumir um investimento demasiado elevado, que numa situação de queda possa fazer um estrago grande na carteira. Assim, pode ser útil procurar alguns investimentos alternativos como forma de diversificação

Investimentos alternativos

Quando os mercados accionistas atravessam períodos de instabilidade é habitual surgir a valorização de activos de refúgio. Um bom exemplo disso é o ouro que costuma constituir um bom instrumento de diversificação nos momentos em que o mercado accionista não oferece condições de estabilidade suficiente aos investidores. Por outro lado investimentos mais tradicionais que sejam de capital garantido, também podem ser uma forma de distribuir o risco. Apesar de naturalmente proporcionarem um retorno muito abaixo do mercado accionista, por outro lado oferecem segurança.

Conclusão

Fruto da instabilidade política e económica internacional é difícil prever qual a direcção de movimentação da bolsa portuguesa no segundo semestre deste ano. O primeiro semestre começou com uma descida grande que acabou por ser recuperada, ainda que com alguma instabilidade pelo caminho. Este cenário de volatilidade deverá permanecer no seguindo semestre pelo que é recomendável não investir demasiado neste mercado e procurar investimentos alternativos como forma de diversificação e distribuição do risco.