Viver na periferia da cidade

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O mercado imobiliário em Portugal encontra-se em grande valorização. Nos últimos anos, devido a vários factores, o preço dos imóveis tem subido. Apesar dessa subida ter sido mais pronunciada nas grandes cidades, por todo o país este fenómeno tem sido constatado. Assim, afastar-se dos grandes centros urbanos, começa a ser a única alternativa para quem não tenha rendimentos compatíveis com os preços praticados dentro das grandes cidades. Neste artigo iremos analisar as implicações de viver na periferia.

A valorização dos imóveis

Conforme já foi dito, o preço das casas em Portugal tem vindo a subir nos últimos anos. Existe até quem diga que o mercado imobiliário se encontra numa bolha. Passou-se de uma situação de grande desvalorização, após a crise financeira de 2008, para uma situação de grande valorização. Após a crise financeira o mercado imobiliário atravessou um longo período de queda e de estagnação. O principal motor disso foram os altos spreads dos créditos à habitação. Devido à grande dificuldade de obtenção de crédito, muitas pessoas tiveram de adiar a compra de imóveis. No entanto, com o passar do tempo, foram implementadas várias medidas, principalmente a nível de bancos centrais, com o objectivo de dinamizar as economias. Assim, o acesso ao crédito foi sendo tornado, progressivamente, mais acessível. Hoje em dia os spreads para novos contratos de crédito à habitação estão bastante acessíveis e assiste-se novamente a alguma facilidade na obtenção de crédito para a aquisição de imóveis.

Afastamento da periferia da cidade

Com o nível actual de preços dos imóveis nas principais cidades do pais, torna-se incomportável, para muitas famílias, viver dentro da cidade. Principalmente em Lisboa tem-se assistido a que o centro da cidade começa a ficar predominantemente ocupado por unidades hoteleiras, cidadãos estrangeiros e classe alta da sociedade. A alternativa possível para as restantes pessoas é afastarem-se da cidade e assim encontrarem imóveis a preços mais acessíveis. No entanto, convém ressalvar que esse afastamento pode ser menor ou maior. No caso de Lisboa, a periferia já são algumas dezenas de quilómetros, enquanto no Porto, por exemplo, serão bastante menos. Isto significa que a 10 quilómetros de Lisboa, por exemplo, os preços ainda são incomportáveis para muitas pessoas. Isto deve-se ao grande crescimento que a área periférica de Lisboa tem registado, motivado pelas vias de comunicação melhores. No caso de outras cidades do território nacional, regra geral, basta afastar minimamente do centro da cidade e já se assiste a uma redução significativa do preço dos imóveis.

Vantagens/desvantagens

Ter de se afastar dos centros das cidades para procurar melhores preços na habitação não é forçosamente mau. Existem algumas vantagens. Por exemplo, viver longe do ar poluído do centro das cidades. Dentro das grandes cidades o intenso tráfego automóvel faz com que os níveis de poluição do ar sejam, muitas vezes, superiores ao limite aceitável para a saúde. Por outro lado, ao viver na periferia, normalmente isso já não acontece pois a intensidade de tráfego é muito menor e existem mais árvores que ajudam a purificar o ar. Viver na periferia, muitas vezes, também significa viver mais perto da natureza. Enquanto no centro das cidades o betão é que manda, na periferia, muitas vezes, ainda existe bastante natureza e espaços verdes. Apesar destas vantagens existe uma desvantagem, muitas vezes referida, que consiste no tempo necessário para a pessoa se deslocar para o emprego. Como muitas pessoas trabalham no centro das cidades, uma vez que é lá que as empresas se fixam, o tempo passado em deslocações entre casa e o trabalho, pode ser significativo. Além disso, os acessos ás cidades enchem com frequência nas chamadas horas de ponta, pelo que, além da distancia percorrida, muitas vezes é necessário enfrentar longas filas de carros. Obviamente que este factor terá de ser analisado individualmente, de pessoa para pessoa. Existirão situações em que será mais significativo que outras.

Conclusão

Devido à enorme valorização em que se encontram os imóveis no centro das grandes cidades, torna-se inviável para muitas famílias viver nessas zonas. Assim, estas são obrigadas a viver na periferia, mais distantes da cidade, onde podem usufruir de preços mais baixos. Esta situação não é forçosamente uma má notícia, uma vez que viver na periferia tem as suas vantagens, como um contacto mais próximo com a natureza, e uma qualidade de vida, no geral, melhor. Por outro lado existe uma desvantagem a considerar que consiste no tempo despendido em viagens entre casa e o trabalho. Como muitas pessoas têm o seu posto de trabalho no centro das cidades, existe a necessidade de se deslocarem diariamente para lá, apesar de habitarem na periferia. Além da distância que é necessária percorrer, existe o trânsito que pode ser bastante intenso em certas horas do dia e que pode significar longos períodos de espera, diariamente, dentro do carro. Estes são aspectos que deverá pesar ao tomar a sua decisão.